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Foto do escritorDr. Jorge Lyra

Desmistificando o câncer do colo do útero

Atualizado: 24 de mar. de 2018

Conheça os principais fatores de risco, prevenção, sintomas, diagnóstico e formas de tratamento da doença.


Segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal, em 2018, são esperados 16.370 novos casos no Brasil. Dados que reforçam a importância de se adotar medidas preventivas contra a doença, como a realização periódica do exame preventivo (Papanicolaou), que é fundamental para o diagnóstico precoce da doença.


O que é câncer de colo do útero?


O câncer do colo do útero é uma lesão invasiva intrauterina ocasionada principalmente pela infecção do HPV (Papilomavírus). O HPV é um vírus muito comum em mulheres (Estima-se que 90% delas entrarão em contato com algum tipo deste vírus ao longo de sua vida), mas apenas alguns tipos do vírus estão relacionados com casos de câncer de colo do útero: os tipos 16 e 18, que estão presentes em 70% dos casos, e os tipos 31, 33, 35 ou 39. É importante destacar que, o tumor se desenvolve a partir de lesões precursoras, que são totalmente tratáveis e curáveis, porém quando não são tratadas por muitos anos, elas se desenvolver em um câncer.


Fatores de risco e formas de prevenção


Conforme descrito acima, podemos ver que o principal fator de risco da doença é o vírus HPV, sendo que este está diretamente ligado aos maus hábitos de vida, principalmente o comportamento sexual e algumas condições de saúde, como:


· Má alimentação ou falta de nutrientes: a alimentação interfere em diversos fatores da saúde feminina. Quando faltam alimentos ricos em betacaroteno, por exemplo, a imunidade também é afetada, deixando a mulher mais vulnerável ao HPV e dificultando seu tratamento. Entre os alimentos ricos em betacaroteno estão mamão, cenoura, couve, brócolis, beterraba, pimentão, agrião e rúcula;


· Uso contínuo de anticoncepcional: quando usados por mais de cinco anos sem interrupção os contraceptivos acabam reduzindo a imunidade da mulher, deixando-a ainda mais exposta ao vírus causador do HPV;


· Comportamento sexual: ter muitos parceiros, não usar camisinha e começar a vida sexual muito cedo são alguns dos fatores que contribuem para o aparecimento do HPV;


· Doenças crônicas e imunodepressão: quem sofre com imunidade baixa ou doenças crônicas está mais propenso às infecções pelo HPV. Consequentemente, são pessoas mais resistentes ao tratamento, o que facilita a persistência da doença e seu agravamento;


· Tabagismo: o fumo prejudica a saúde como um todo e contribui para o aparecimento de muitos tipos de câncer, inclusive o do colo do útero. O tabaco absorvido nos pulmões vai para a corrente sanguínea e acaba afetando diretamente o colo uterino, baixando a imunidade e dificultando o tratamento do HPV;


Uma das maneiras mais eficientes para prevenção da doença, é a vacina que ajuda a prevenir os principais tipos de HPV, ela pode ser encontrada em qualquer Unidade de Saúde ou Clínica de Vacinação, a indicação é que toda menina e menino, entre 9 a 15 anos de idade (faixa etária prioritária para a imunização, devido a alta produção de anticorpos) tomem a vacina e seu reforço para a prevenção do HPV. Além disso, é importante adotar hábitos mais saudáveis, evitar os fatores de risco, visitar regularmente o médico e manter os exames preventivos sempre em dia.


Principais sintomas


O câncer de colo do útero tem como característica uma evolução lenta, e pode se manifestar em até 20 anos. Ela é considerada uma doença silenciosa, pois só apresenta sintomas quando já está em um estágio avançado. Neste estágio o câncer do colo do útero pode causar sangramento vaginal, dor e sangramento durante a relação sexual, secreção vaginal (corrimento), dor abdominal e problemas intestinais ou urinários.


Diagnóstico e detecção precoce


É importante destacar que, praticamente, 100% das lesões iniciais que afetam o colo do útero podem ser tratadas e curadas se diagnosticadas em sua fase inicial, evitando assim sua evolução. A detecção precoce é feita através do exame preventivo (Papanicolaou), geralmente realizado no próprio consultório médico, um procedimento rápido e indolor, apenas algumas medidas devem ser observadas pelas pacientes antes da sua realização, como:

- Não se deve ter relações sexuais no dia anterior ao exame. Caso faça uso de pomadas ou anticoncepcionais locais é preciso suspender o uso por pelo menos 48h antes da realização do preventivo;

- Não é indicado que o exame seja feito próximo ao início, durante ou ao final da menstruação para não alterar o resultado;

- Grávidas podem fazer o exame sem problemas, desde que o médico esteja comunicado sobre a gravidez;


Caso o exame preventivo indique alguma anormalidade, é recomendado a realização de exames complementares, como a Colposcopia, onde se utiliza um microscópio para um detalhamento do colo do útero, neste exame também é possível realizar a biópsia e a cauterização das lesões caso necessário, auxiliando ainda mais o diagnóstico e tratamento de infecções pelo HPV.


Tratamento


Entre os procedimentos mais comuns para o tratamento do câncer do colo do útero está a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Porém, sempre que falamos em tratamento é preciso levar em consideração alguns pontos, como o estágio do tumor e o histórico do paciente, sendo assim, podemos dizer que cada caso deve ser avaliado cuidadosamente pelo especialista responsável.


Fonte: INCA

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